Nos últimos anos, muito tem se falado em medicina defensiva. Muitas vezes ela é abordada como um viés negativo. Isso porque ela é usada como uma forma de “blindar” o médico contra os processos judiciais. Entretanto, a medicina defensiva não deve ser encarada como uma forma vil de proteção ao médico, mas sim, como um cuidado atencioso ao paciente.
Trata-se de uma investigação mais aprofundada da condição médica, uma sugestão e uma orientação das práticas que mostram o quanto o médico se preocupa com seu paciente e a garantia para que ele ofereça o melhor tratamento possível.
No entanto, você realmente sabe como a medicina defensiva trabalha a seu favor?
No artigo de hoje vamos mostrar o quanto essa tática pode ajudar no seu trabalho como profissional de saúde.
Quais os fundamentos da medicina defensiva?
Eles são baseados na boa prática profissional. Ou seja, além do médico ter o conhecimento da área que atua, precisa conhecer seus deveres e direitos como profissional de saúde.
Por isso, o Código de Ética da profissão fornece tudo que você, profissional da saúde precisa saber em relação às suas posturas legais para trabalhar corretamente em consultórios e hospitais.
O artigo 34, do Código de Ética Médica, por exemplo, diz que ao médico é vedado deixar de informar ao paciente o diagnóstico, prognóstico e as alternativas para tratar a doença, salvo se essa atitude for prejudicá-lo.
Além disso, o paciente também tem o direito de escolher as práticas diagnósticas e terapêuticas. No entanto, a exceção desse direito se dá quando o paciente passa por perigo de vida.
Dessa maneira, os artigos só podem ser cumpridos se existir um diálogo entre paciente e médico. Aqui não há espaço para tratamento superficial.
Levando-se tudo isso em consideração, estabelece-se que, após tudo ser muito bem esclarecido pelas partes, a conclusão deve ser registrada e documentada em fichas de consultório ou prontuários dos pacientes, pois os tribunais consideram válidas as palavras escritas e documentadas do médico.
Também é bom saber que errar um diagnóstico é aceitável. Entretanto, é importante que no prontuário do paciente conste o que o médico efetivamente fez. Sua linha de raciocínio deve fazer sentido e ser de acordo com as boas práticas e a literatura médica.
Por que a medicina defensiva é importante para o médico?
Ela previne as más práticas clínicas. O que ela não evita são os erros médicos.
No entanto, a atitude de estar sempre em contato com o paciente atendendo-o com atenção, colabora para que o profissional de saúde faça todo o tratamento terapêutico da maneira adequada e fique livre de problemas com a Justiça.
Portanto, se você como profissional de saúde quer mesmo estar protegido, invista no seu relacionamento com o paciente. Isso ajudará a conquistar aquela proteção que você tanto espera.
A medicina defensiva é uma nova postura que o médico tem para responder ao desafio de negociar e reconhecer os direitos do paciente, cobrando os direitos dos médicos.
Como essa tática trabalha a favor do profissional de saúde?
Essa prática permite ao médico exercer sua profissão com baixo risco. Ao solicitar exames específicos e prescrever medicamentos adequados ao paciente, o médico se protege contra erros e a insatisfação do cliente, e por fim, os processos judiciais.
No entanto, é preciso ter cuidado em relação aos pedidos de exames e aos medicamentos terapêuticos receitados.
Como profissional que sabe o que é ter ética, você não deve pedir exames desnecessários e nem prescrever medicamentos que não farão diferença no tratamento do seu paciente.
Ao invés disso, invista em uma conversa franca, explique todo o procedimento do tratamento e quais são as chances de recuperação da saúde.
Seja verdadeiro e atencioso. Trabalhar com honestidade e ser um profissional diferenciado no mercado, o livrará de processos judiciais, erros e insatisfação.
Entretanto, se mesmo diante de todos esses cuidados você tiver problemas, procure uma assistência jurídica especializada. Ela poderá lhe orientar para que você dê seus próximos passos da forma adequada e assim respeitar o Código de Ética da sua profissão.
Viu como a medicina defensiva pode trabalhar a seu favor? Seja um médico responsável e cuide do seu paciente. Peça exames necessários para que se possa fazer o diagnóstico correto e nunca receite remédios que não vão ajudar no tratamento. Ser honesto é a melhor maneira de se prevenir dos processos judiciais.
Tem mais alguma dúvida sobre o assunto? O Manual da Medicina Defensiva pode ajudá-lo!