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Diferenças entre imperícia, imprudência e negligência médica

Você, médico, conhece a diferença entre imperícia, imprudência e negligência?

Compreender esses conceitos é essencial para evitar erros que podem comprometer sua carreira e a segurança dos pacientes. Embora estejam relacionados a falhas na prática médica, cada um tem uma definição específica e consequências distintas. Vamos esclarecer essas diferenças com exemplos práticos.

Imperícia: falta de capacitação técnica

A imperícia ocorre quando o profissional não possui conhecimento técnico, teórico ou prático para realizar um procedimento e, ainda assim, o executa.

Exemplo prático: Um clínico geral decide realizar uma cirurgia plástica sem a devida especialização. A falta de técnica pode resultar em complicações graves e danos irreversíveis para o paciente.

Até mesmo dentro da própria especialidade, a falta de preparo pode configurar imperícia. Um dermatologista que realiza um peeling de fenol sem treinamento adequado, causando lesões permanentes no paciente, é um exemplo disso.

Imprudência: agir sem cautela

A imprudência se caracteriza por uma ação precipitada, sem a devida avaliação dos riscos. O profissional tem conhecimento sobre o perigo, mas ignora protocolos e boas práticas.

Exemplo prático: Realizar uma cesárea sem a equipe mínima necessária é um ato imprudente. Caso ocorra uma complicação inesperada, a ausência de especialistas pode comprometer o desfecho da cirurgia.

Outro caso clássico é a alta hospitalar precoce. Se o paciente ainda apresenta riscos e mesmo assim é liberado, o médico está assumindo um perigo desnecessário.

Negligência: omissão e descuido

A negligência ocorre quando há falta de atenção e zelo nos cuidados médicos. Não se trata de falta de conhecimento ou precipitação, mas sim de descaso no cumprimento de deveres profissionais.

Exemplo prático: Esquecer material cirúrgico dentro do paciente é um erro negligente. A adoção de checklists e revisões rigorosas antes do fechamento da incisão poderia prevenir esse tipo de falha.

Outra situação comum é a ausência de acompanhamento adequado. Se um paciente internado não recebe a devida atenção do médico responsável, isso também configura negligência.

Consequências para o médico

Imperícia, imprudência e negligência podem levar a processos éticos e judiciais. Segundo pesquisa do Dr. Renato Assis, o número de ações judiciais contra médicos aumentou mais de 19% em apenas um ano. Atualmente, o Brasil conta com cerca de 562 mil médicos, enquanto o total de processos em andamento já ultrapassa 573.750.

Para evitar complicações legais e preservar sua carreira, é fundamental seguir protocolos, atualizar-se constantemente e agir com responsabilidade em todas as situações clínicas.

Agora que você compreendeu a diferença entre esses conceitos, confira nosso Infográfico exclusivo e saiba como reduzir os riscos na sua prática médica.

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